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BRASIL DE ONTEM E DE HOJE
(poema escrito em 08/03/1971)

(José Fortuna)

Hei, você o que faz aí sentado?
Vamos, venha participar
Juntar-se à grande arrancada
De todo um povo a marchar

Eu sou o Brasil de ontem
sempre vivi a beira-mar
Achei que já fiz demais
e parei pra descansar
E você, quem é? Responde
Porque veio me acordar

Eu  sou o Brasil de hoje
Jovem de arrojo sem par
Vim com minha mocidade
O gigante despertar
Levante, em forma, marchemos
Pois não podemos parar
O futuro nos espera
Temos o dever de dar
Aos nossos filhos – progresso
Vida, paz, saúde e lar

Ah! será que isto compensa?
Aqui estava tão bom
Deitado à beira da praia
Sem nenhuma preocupação
Porque descobrir sertões
Porque mudar capitais
Porque construir escolas
Porque habitar pantanais?

Brasil não esqueça que somos
Desde os pampas aos seringais
Cem milhões de habitantes
E logo seremos mais
Devemos nos expandir
Crescer e multiplicar
Descobrir a Amazônia
A beira do rio mar
Desbravar sertões incultos
Lá nos confins da nação
Riquezas adormecidas
Debaixo de nosso chão
Onde existe matas virgens
Fazer crescer cafezais
Plantar cidades modelo
No ermo dos pantanais

Olha, sabe que eu goste
Da sua conversa, ta bom?
Eu vou tirar o meu short
E vestir meu macacão
Vou jogar fora o caniço
E empunhar o machado
Vou trocar meu carro esporte
Pelo trator e o arado

Isto, levante Brasil
E suba aqui na colina
Venha ver aqui do alto
A nação que se descortina
Venha contemplar Brasília
A capital da esperança
A grande transamazônica
De infinita distância
A estrada Belém-Brasília
E contemple aqui do alto
Os chaminés fumegando
Milhões de estradas de asfalto
A enxada é a nossa bandeira
Lutemos no mesmo afã
Brasil de ontem e de hoje
Para o Brasil de amanhã