Imprimir    << voltar



ZÉ CABOCLO

toada

( José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Quem olhar pro Zé Caboclo se acabando pouco a pouco, sofrendo seu triste fim
não conhece o seu passado, que o destino foi culpado dele hoje sofrer assim,
num pequeno arraialzinho entre flor e passarinho que ainda existe no sertão
ele conheceu Ritinha, a mais linda caboclinha que prendeu seu coração.

Os seus olhos se encontraram e num domingo se casaram na igrejinha do Arraial
e levou ela pra roça, numa pequena paioça que ele fez pra ela morar
e assim passou muitos dias na mais doce companhia que um caboclo já sonhou
naquele viver divino nunca pensou que o destino viesse roubar seu amor.

Numa tarde calma e fria atrás da mata o sol descia, tudo parou de cantar,
veio a morte de repente, Ritinha caiu doente pra nunca mais levantar,
Zé Caboclo chorou tanto, pediu de joelho pro santo, mas isso de nada valeu
como um pobre passarinho, ela fechou os olhinhos, nos braços dele morreu.

Zé Caboclo chorou tanto, com o rosto banhado em pranto seu ranchinho abandonou,
saiu pro mundo sofrendo, por toda parte bebendo pra esquecer sua grande dor,
e hoje o pobre coitado é um trapo esfarrapado, da sua dor ninguém tem dó
dormindo nas lages frias até que alguém algum dia o encontre morto no pó.