VIAGEM DO TIETÊ
cateretê
(José Fortuna – Pitangueira - grav. Zé Fortuna e Pitangueira/ Tonico e Tinoco)
Eu saí pra viajar antes do dia rompê
arriei o meu cavalo bem antes do sol nascê
os galo da madrugada cantava pra amanhecê
fui matar minha saudade do lado do Tietê.
As galinhas do puleiro já começava a descê
a passarada cantava no meio da flor do ipê
saímos cortando estrada onde a lua ia descê
saí no romper do dia, só cheguei no escurecê.
Viajemo um dia inteiro, meu cavalo sem bebê
cheguei na beira do porto pra ver as águas corrê
eu dei um sinal pro barqueiro, ele veio me atendê
passei pra banda de lá onde está meu bem-querê.
Encontrei o meu benzinho que a tempo não me vê
ela me falou suspirando o que fez você emagrecê
eu virei disse pra ela foi saudade de você
distante destes teus olhos eu não posso mais vivê. (*)
Meu benzinho me acompanha, eu vim pra buscar você
dois amor quando se ama nada pode acontecer
por sua causa não importo de matar ou de morrer
botei ela na garupa, fugimos sem ninguém ver.
Cheguei na beira do porto, o barqueiro quis me prendê
joguei o cavalo n’água, atravessei o Tietê
trouxe ela na garupa sem ninguém me interrompê
hoje eu tenho do meu lado quem alegra meu vivê.
(*) Nas gravações não consta esta estrofe.