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VESTIDO BRANCO

tango

(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Daquele vestido branco que ela vestiu no momento que o destino nos uniu
só restou um velho retrato quando numa noite fria com outro homem ela fugiu
e levou cobrindo o corpo aquele vestido branco que marcou nossa união
e entre as noites do pecado o vestido foi rolando, com seu corpo se acabando pelo mar da perdição.

Quantas vezes casualmente vi cruzar em meu caminho a mulher que eu tanto amei
com o vestido esfarrapado já não era mais branquinho como quando me casei
vendo ela eu recordava uma igreja pequenina e em frente o altar nós dois
ela com o vestido branco, era um anjo de pureza, hoje é apenas uma sombra do que no passado foi.

Numa triste noite fria ouvi um grito de agonia lá num banco de jardim
corri pra ver o que era, vi o meu amor que tinha em sua vida dado um fim
tinha os dois pulsos cortados por cansar-se deste mundo onde só viveu ao léu
e aquele vestido branco de sangue estava banhado, como nos uniu em vida foi com ele para o céu.