VAI E VEM DO CARREIRO (O)
toada
(José Fortuna/Carlos Cezar - grav. Carlos Cezar e Cristiano)
Carreiro vai... carreiro vem
Beirando matas, cordilheiras, campos e espigões
Na estrada azul dos matagais
lhe acompanham passarinhos vindos dos sertões
No peito seu, eu sei que tem
seis bois puxando o carro triste do seu coração
É a saudade, emparelhada com a lembrança
o amor, a esperança, desespero e solidão.
Carreiro vai... carreiro vem, rodando só pelo sertão cantando assim:
Carreiro vai... carreiro vem, na sua estrada de paixão que não tem fim.
Carreiro vai... carreiro vem
para bem longe do filhinho que ficou no lar
bem cedo sai e a tarde vem
deitar nos braços de Chiquinha sempre a lhe esperar
Solta seus bois lá no curral
quando no morro surge o claro raio de luar
Pega na viola pra cantar sua poesia
quando fora a brisa fria vem com ele duetar.
Carreiro vai... carreiro vem, rodando só pelo sertão cantando assim:
Carreiro vai... carreiro vem, na sua estrada de paixão que não tem fim.
No vai e vem, que o mundo dá
vai o seu rastro rabiscando pedras e areiões
Dois riscos só deixa no pó, e o orvalho tremulando sobre mil botões
Igual o sol passa por nós e a tarde deita no poente para repousar
solta a boiada de estrelas cintilantes, ruminando lá distante pelos campos do luar.
Carreiro vai... carreiro vem, rodando só pelo sertão cantando assim:
Carreiro vai... carreiro vem, na sua estrada de paixão que não tem fim.