Imprimir    << voltar



TRÊS BATIDAS DA PORTEIRA

cururu

(José Fortuna – Pitangueira - grav. Zé Fortuna e Pitangueira – Tonico e Tinoco)

Aquela velha porteira, na subida da pedreira, bateu triste aquele dia
O sol ia descambando, quando Bento soluçando, de Chiquinha despedia
ele partiu para a guerra, na porteira ficou ela, vendo ao longe ele sumir
a porteira foi fechando, duas vidas separando, para nunca mais se unir

Depois de um ano passado, a porteira do serrado, a segunda vez bateu
era um portador que vinha, para dizer à Chiquinha, que seu amado morreu
a batida num lamento, entrou pela mata a dentro e abalou todo o sertão
Chiquinha desesperada, caiu sem vida na estrada, com o bilhete na mão

N’outro dia de tardinha, passou o caixão de Chiquinha e o cortejo lhe seguindo
a porteira entristecida, deu a terceira batida, de Chiquinha despedindo
ela foi pro Campo Santo, e a porteira com seu manto, de cipó todo cobriu
como um manto de saudade, por tanta felicidade, que o destino destruiu