TOURO FUSCO
(dialeto caipira)
moda de viola estilizada
(Letra e música de José Fortuna)
Fazenda da cachoeira, do senhor Joaquim Lozada
na beira do Rio do Peixe, na sua grande invernada
cria muitas mil cabeças, todas de raça apurada
é o lugar que os boiadeiros, quando passam faz pousada.
Me ajustei nesta fazenda trabalhando com boiada
fui sempre o melhor vaqueiro, no meio da peãozada
cuiabano na corrida, nunca perdi uma laçada
por mais que o boi fosse bravo, nunca deixei de ribada.
Um dia o patrão me disse: quero que atenda um mandado
existe nesta fazenda, um touro fusco afamado
nunca viu laço no chifre, dos boiadeiros é enjeitado
nunca entrou no mangueiro, vive pro mato alongado.
Eu prometo bom dinheiro pro boiadeiro afamado
que for buscar o touro fusco e entregar ele fechado
botei o laço na garupa, galopei o bragado
fui encontrar o touro fusco, lá no alto do serrado.
O fusco saiu correndo, eu joguei minha laçada
depois de muito trabalho, eu trouxe o touro na estrada
fechei ele no mangueiro, no meio de uma vacada
mandei chamar o patrão pra entregar minha empreitada.
O patrão quando viu isso, ficou muito admirado
bateu a mão na algibeira, eu respondi: obrigado!
Eu fiz isso por um capricho, não pra ser gratificado
Lá praquelas redondezas meu nome ficou gravado.