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SOL DA MONTANHA

(José Fortuna/Carlos Cezar )

Era tão alta a montanha onde eu morava,
que quando o dia clareava , que saudade!
Enquanto o vale ainda dormia,
a cordilheira era a primeira a receber a claridade
Mamãe dizia que eram os olhos de Jesus,
olhando a terra da janela do infinito
Até que aos poucos todo o vale iluminava
quando no morro despontava o sol bonito

Sol da montanha,
vem clarear esta colina de meus dias
Onde estou preso
no vale escuro de uma triste nostalgia

E quando a tarde todo o vale escurecia,
a cordilheira ainda estava iluminada
A derradeira luz do céu por sobre a terra,
o adeus do sol e o longo fim de uma jornada
Eu invejava a cordilheira porque tinha
o privilégio de maior ser o seu dia
Era a primeira a despertar de madrugada
E o chão do mundo que por último dormia.