SEM HORIZONTE
(composta em 16/04/1982)
(José Fortuna)
No vazio de meu viver sem horizonte
Onde o sol de meu destino escureceu
Solidão desceu do céu e a noite eterna
Nunca mais dentro de mim amanheceu
Pendurei na cabeceira de meu sonho
O relógio de um tempo já vencido
Quando o último retalho de meu ser
Pelo vento da saudade foi varrido
Você foi meu horizonte de procura
Hoje é o meu poente sem espera
Não haverá novo amanhã porque o brilho
De meu sol morreu num céu sem primavera
Esperei que o leque claro da alvorada
De teus olhos se abrissem para mim
Mas a nuvem da tristeza se fez trevas
E nas trevas eu nem sei de onde vim
Como é triste ter certeza que esta noite
Não encontro uma estrela que me aponte
O caminho misterioso que nos leva
Aos confins deste meu céu sem horizonte