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SANTA CRUZ DAS ÁGUAS
(composta em 08/03/1980)

 

                                                                              (José Fortuna – Mairiporã)

Eram dois sitiantes vizinhos
Inimigos que se odiavam
Um riozinho descendo da serra
Os dois sítios suas águas banhavam
O vizinho de cima era o Chico
Planejou com cruel tirania
Represar toda a água do rio
E o gado do Juca
De sede morria

Quando o Juca viu morto o seu gado
Com seus filhos, esperou o vizinho
Foi o Chico espancado e amarrado
Junto as águas daquele riozinho
Ali mesmo onde o gado morreu
Ele ia findar os seus dias
E depois de seis dias de angústia
O Chico de sede
Também falecia

Como o Chico morava na vila
E constantes viagens fazia
Demorou pra mulher perceber
Porque ele não aparecia
Só depois de seis dias acharam
O seu corpo no tronco amarrado
Sua vida findou num suplício
Com a mesma sede
Que matou o gado

Uma cruz no lugar foi fincada
E até hoje repete-se a cena
Quando as águas da chuva demoram
Todo o povo dali faz novena
Ao molhar a cruzinha do rio
Todos crêem que a chuva deságua
Por ter feito diversos milagres
Recebeu o nome
Santa Cruz das Águas