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SÁBADO TRISTE
                                               (José Fortuna/Carlos Cezar - grav. Matogrosso e Matias)

Que sábado triste quando vi a noiva saindo da igreja
ela que havia mil vezes jurado comigo casar
quis cumprimenta-la para ver se ainda de mim se lembrava
não tive coragem,  no meio do povo me pus a chorar

Fiquei só na praça banhando de pranto o buquê de flores
que ela sorrindo atirou pra longe no último adeus
falei com o cravo, sozinho esquecido num velho canteiro
por que lhe deixaram distante da rosa assim como eu?

Voltei pro meu quarto e a primeira estrela no espaço surgiu
qual gota de pranto de um anjo chorando perdido no céu
que sábado triste, que horas amargas,  que noite tão longa
enquanto eu sofria meu amor partia em lua de mel

Que sábado triste,  que tristes idéias de mim se apossaram 
pensei em matá-la  e depois matar-me,  mas eu desisti
de nada valia destruir a mente que em mim não pensava
não tinha sentido tirar uma vida que eu não mereci

E viver agora não é mais possível porque não existo
se morro ou se vivo, se vou ou se fico,  pra mim tanto faz
sozinho na praça senti que o mundo em mim desabava
e o manto da noite desceu envolvendo minh’alma sem paz.