REI DA ESTRADA
(composta em 06/03/1981)
(José Fortuna)
Não é o boiadeiro, nem o caminhoneiro
Mas o Rei da estrada com muita razão
É o tratorista da niveladora
Que corta ao meio o grande sertão
Na verde floresta da grande Amazônia
Um risco vermelho desenha no chão
Abrindo as estradas para no futuro
Passar o progresso de nossa nação
Sempre que termina uma nova estrada
Somente o engenheiro recebe ovação
Lá está seu busto sendo festejado
No grande momento da inauguração
Falam do governo, falam do progresso
Mas do tratorista não se lembram não
Somente uma ordem pra seguir em frente
E abrir outra estrada é a nova missão
Quando a estrada longa estiver prontinha
Passam boiadeiros, passam caminhões
E os dois recebem dos compositores
Grandes elogios em suas canções
Mas ninguém se lembra que na realidade
São os tratoristas os bravos peões
Enfrentando índios, perigos, doenças
Enchente e mormaço dos grandes verões
De Belém- Brasília vai até Manaus
Por lugares antes nunca visitados
Espantando feras que de longe fogem
Ao ouvir o ronco do trator pesado
Gigante de aço que faz vir abaixo
Por onde ele passa árvores enormes
Viva o motorista, abridor de estrada
Nos confins aonde a natureza dorme