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PRISIONEIRO
toada
(dialeto caipira)                                                  (José Fortuna – grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

PARTE DECLAMADA.:

Nas grades de uma prisão numa negra solidão,  o pobre moço sofria
seu rosto desfigurado a cumprir seu triste fado, dia e noite, noite e dia
Muitos anos se passou,  pobre moço não mudou,  na mesma cela vivia
de vez em quando chorava,  quando das grades ele olhava, duas lágrimas corria,
Um dia me aproximei do prisioneiro e falei:  “vem me contá vossa dor”,
Ele veio pro meu lado com os olhos fundo, molhado, chorando pra mim falou:

PARTE CANTADA.:

Na curva daquela estrada que lá na serra se vê
foi lá que eu matei Maria, meu amor, meu bem querê,
eu trabaiei muitos anos pra com ela me casá
sempre pedindo à Maria pra ela não me enganá.

No dia do casamento eu tinha ela ao meu lado
só então é que eu fui ver que ela tinha me enganado
na curva daquela estrada minha vingança eu tirei
com dezoito punhalada a Maria assassinei.

Eu vinguei minha desonra,  mas ninguém me deu razão
e assim  fui condenado a trinta anos de prisão.
Depois de um tempo passado,  numa noite chuvosa e fria
o prisioneiro morreu e foi pro céu com Maria.