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Pout-pourri de Saudade 06:28

ISRC-BR-API-03-01805


Casarão
(José Fortuna - Jotha Luiz) Fortuna - Sigem

O Vai e Vem do Carreiro
(José Fortuna - Carlos Cezar ) Peermusic (Tecla)

Carreador
(José Fortuna - Paraíso)

A Porteira
(José Fortuna - Carlos Cezar - O Bettio) Peermusic (Tecla)

Saudadona
(José Fortuna - Paraíso) Fortuna
Intérprete: Mococa & Paraíso

Fala de Antonio Carvalho
(Pitangueira) Fortuna


No casarão lá no raiar de minha vida
Dentro dele está escondida minha infância a despertar
Por sobre as tábuas do assoalho já puído
Só restam os ruídos do meu tempo a caminhar

Na velha sala está preso o meu passado
Pelas frestas do telhado passa o sol
Manchando o chão
Manchas de ouro como os olhos da saudade
A espiar no fim da tarde o interior do casarão.

No casarão morando estão
Parede e meia
A saudade e a solidão.

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Carreiro vai, carreiro vem,
Beirando matas, cordilheiras, campos e espigões,

Na estrada azul dos matagais

Lhe acompanham passarinhos vindos dos sertões
No peito seu, eu sei que têm
Seis bois puxando o carro triste do seu coração
É a saudade emparelhada com a lembrança
O amor e a esperança
Desespero e solidão.

Carreador já corroído pelo tempo
As erosões de enxurradas que passaram
Foram apagando rastros fundos de boiada

E os velhos riscos do meu caro que ficaram

Cruza em meu sonho sempre este carreador
Onde a saudade vai buscar aquele amor.

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Como a porteira que eu fechei lá no estradão
Outra porteira dentro do meu coração

Hoje divide meus caminhos desiguais
E se fechou no triste adeus do nunca mais

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Saudadona
É mais do que saudade
É a grande dor que invade
O coração da gente vem de longe
De um tempo esquecido
Passado refletido no espelho do presente
São raízes
No chão dos desenganos

Brotadas pelos anos
De um adeus para sempre
Ela chega quietinha, sem alarde
Quando o sol da tarde
Desmaia no poente

Saudadona
Dor sentida
Escondida

No meu peito
Saudadona

Dor ingrata
Por que me mata
desse jeito