PORTEIRA DA ESTRADA
valsa
(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)
Porteira da estrada tu lembras ainda, eu era criança e Cidinha também
ao ir para a escola aqui me encontrava, com a coleguinha que eu tanto quis bem
passaram-se os anos e moços ficamos, e aqui nós trocamos mil beijos de amor
com a luz das estrelas seus olhos brilhavam, qual gotas de orvalho pousadas na flor.
Porteira, tu lembras da tarde de Maio, quando ela passou num dourado caixão
disse adeus a ela e fui pelo mundo, chorando a tristeza da separação
e hoje ao cruzar novamente esta estrada, porteira, te encontro conforme eu deixei
qual vulto esquecido marcando o passado feliz e risonho que aqui sepultei
Porteira da estrada fiel confidente, das horas ditosas que um dia passei
as tábuas de cedro conservam marcado o nome daquela que tanto eu amei
o eco tristonho de tua batida parece um aviso subindo ao além
dizendo que breve deixarei a vida e estarei juntinho no céu com meu bem.