POEMA DAS PROFISSÕES
poema (José Fortuna)
Irmão, levante a cabeça não se envergonhe de ter
essa profissão que tem e diga: hei de vencer
todo o trabalho é honrado quando se faz com prazer
desde o lixeiro ao doutor todos cumprem seu dever.
O boiadeiro que passa tocando sua boiada
repicando seu berrante deixando poeira na estrada
o lavrador que no eito derrama suor no chão
com sua enxada constrói a grandeza da nação.
O motorista que corta as estradas do sertão
vai transportando progresso ao mais distante rincão
o comerciante, o ferreiro, o funileiro também
o padeiro, o serralheiro e o maquinista de trem.
O deputado, que cria as leis de nossa nação
o advogado que tira inocentes da prisão
o médico que dá a vida ao corpo que vai morrer
o professor que nos dá a linda luz do saber.
O farmacêutico que atende um chamado de emergência
em altas horas da noite com calma e com paciência
o pedreiro, o eletricista, o garçom, o viajante
e o carteiro que traz notícias de alguém distante.
O arrojado aviador que contempla lá do espaço
rios, campos, mares e serras, em sua nave de aço
o engenheiro, o alfaiate e o padre que em seu sermão
mostra a todos os fiéis a estrada da salvação.
O jogador de futebol que o povo aplaude de pé
o carpinteiro que foi a profissão de São José
a profissão derradeira, é o coveiro que executa
dando descanso ao corpo, que cai cansado da luta.