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POBRE DESTINO

Arrasta-pé

(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Casal bem pobre com uma baita fiarada
cada ano na ninhada aparece mais um filho
se a gente fala: - Oh, fulano, vê se pára!
ele responde de cara: - Ó xente, é o destino...
pobre destino, que destino mais ingrato
todo mundo faz burrada e o destino paga o pato.

Homem que diz ser honesto e de valia
foi preso quando batia a carteira de um grã-fino
Lá na cadeia desculpando-se ele diz: - Não me prenda, seu juiz, isso é o destino.
pobre destino, que destino mais ingrato
todo mundo faz burrada e o destino paga o pato.

O seu Genaro surpreende a sua filha
namorando com o Josia, um caboclo nordestino
e o pobre moço na unha do italiano
fala tremendo e suando: isso é o destino...
pobre destino, que destino mais ingrato
todo mundo faz burrada e o destino paga o pato.

Seu Manoel, dono de uma padaria
foi preso quando vendia aguardente pra um menino
e o português já nas garras da polícia
Diz assim: - Não faça isso, isso é o destino...
pobre destino, que destino mais ingrato
todo mundo faz burrada e o destino paga o pato.

O Zé medroso de medo até gaguejava
foi visto quando roubava as galinhas do Rufino
e o gaguinho lá de cima do poleiro
diz pro dono do terreiro: - É o destino...
pobre destino, que destino mais ingrato
todo mundo faz burrada e o destino paga o pato.