PAINEIRA VELHA
valsa
(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira / Duo Glacial / Inezita Barroso)
Paineira velha abandonada lá na estrada do meu sertão
tens uma história do meu passado, que está guardada no coração
te conheci eras pequena, em meio ao mato onde nasceu
e toda a tarde eu te regava e assim depressa você cresceu.
Paineira velha na tua sombra, com minha amada fui tão feliz
colhendo as flores que você dava, mas o destino assim não quis
e numa tarde você murchou e o canarinho emudeceu
pois no seu tronco só encontrei, o nome dela e um adeus.
Paineira velha daquele tempo, já se passaram muitos janeiros
ainda é tão boa tua sombra amiga, hoje é pousada dos boiadeiros
já não existe mais o terreiro e o meu ranchinho o cipó cobriu
e a sua casca cresceu de novo e o nome dela também sumiu.
Paineira velha fiel amiga nossos destinos são sempre iguais
se estou contente você floresce quando eu padeço suas flores caem
nascemos juntos paineira velha vamos morrer nesta união
de vossos galhos quero uma cruz, de sua madeira quero um caixão.