OITO BAIXO
(dialeto caipira)
valsa (José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)
Eu desde criança lá no meu sertão, pra tocá sanfona tinha inclinação
um italiano me deu as lição numa oito baixo, do tempo de Adão.
Eu garrava o fole, sem desanimá e varava o dia, sempre a foliá,
Hã, hei... e foi desse jeito que aprendi tocá
Minha oito baixo tinha até cupim, quando ela gemia não tinha mais fim
meu fole só dava sol, fá, mi, ré, dó, mas eu não queria sanfona mió.
Eu garrava o fole, sem desanimá e varava o dia, sempre a foliá,
Hã, hei... e foi desse jeito que aprendi tocá
Quando um fole novo um dia comprei, minha oito baixo eu aposentei
hoje eu executo meu acordeon, mas da oito baixo não esqueço, não.
Eu garrava o fole, sem desanimá e varava o dia, sempre a foliá,
Hã, hei... e foi desse jeito que aprendi tocá.