O SALTO DA MORTE
toada
(José Fortuna – Pitangueira / grav. Zé Fortuna e Pitangueira)
PARTE DECLAMADA:
Quando Francisco matou o homem que lhe traiu
só não matou a mulher porque o tiro não saiu
e com seu filho de um ano pelo mundo ele fugiu.
num lugar muito distante num circo foi trabalhar
se empregou como palhaço pro rosto poder pintar
e poder assim disfarçado da polícia despistar
Seu nome como palhaço passou a ser Chico Folia
só à noite no picadeiro é que ele aparecia
vendo-o de rosto pintado toda a platéia sorria.
e passado muitos anos seu filhinho adoeceu
justamente nessa época o trapezista morreu
Chico pensando no filho, pro dono se ofereceu.
PARTE CANTADA:
Por precisar de dinheiro pra curar meu filho amado
eu mesmo faço o trapézio se aumentar meu ordenado
no dia de sua estréia o circo ficou lotado
todos aplaudindo o palhaço pelo seu salto arrojado.
Ao dar o “salto da morte” lá das altura ele viu
lá no meio da platéia a mulher que lhe traiu
com aquele golpe de espanto errou o salto e caiu
sua morte no picadeiro chorando o povo assistiu.
Enquanto o filho chorava o pai que tinha morrido
a mulher reconheceu que era aquele o seu marido
com aquele “salto da morte” três corações foram unidos
o filho encontrou a mãe, mas perdeu seu pai querido.