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O MENINO DA CESTA
(composta em 05/05/1982)

                                                                (José Fortuna)

Eu não conheci o meu pai, nem minha mãe
Sou fruto de algum amor proibido
Fui abandonado dentro de uma cesta
Como o mais humilde objeto perdido
Mas aquela porta se abriu para mim
E quem me criou hoje é a mãe querida
Do ventre gerado fui jogado fora
A segunda mãe é para mim agora
A mãe verdadeira porque me deu  vida

Eu guardei a cesta e hoje crescido
Com ela corri pelo campo a fora
Mamãe, esta cesta, meu primeiro berço
Cheinha de flores eu dou pra senhora

Quem sabe se a mãe verdadeira está perto
Seguindo meus passos muito arrependida
“Que pena não ter um filho que possa
Fechar os meus olhos no final da vida”
Se ela aparecesse eu olhando em seus olhos
Devolvendo a cesta para ela diria:
“Custou teu dinheiro, fique com o que é seu
Porque o teu filho no mundo aprendeu
Que amor só se dá para a mãe que nos cria”