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O CHAMINÉ
(composta em 30/05/1981)

                                                               (José Fortuna)

Aquela fumaça branca saindo do chaminé
Traz da casinha da serra o cheirinho de café
Lá dentro daquela casa há o calor de uma família
A satisfação de um pai, esposo, filhos e filhas
Chaminé da casa branca, o seu cinto de fumaça
Como um laço de ternura, prende o estradeiro que passa
Muitas vezes eu te vi num sertão de céu aberto
Avisando que havia, moradores lá por perto

Meu chaminé
Quantas vezes no sertão
Fui em sua direção
E o encontrei cheio de amor
O teu encontro
Deu descanso ao meu cansaço
Deu parada pros meus passos
Para o frio me deu calor

Num daqueles chaminés junto a margem do estradão
É aonde residia meu amor, minha paixão
Mas um dia eu vi de longe, chaminé estava apagado
A casa estava vazia, meu amor tinha mudado
Vim embora pra cidade, e hoje em minha visão
Eu vejo mil chaminés da indústria em poluição
Nesta mata de cimento, com os pés pregado ao chão
Me transformei numa triste chaminé da solidão