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O CASTIGO DO CAÇADOR
(dialeto caipira)
cururu                                                   (José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

João caçador não escutou, o que a mãe lhe falou, na hora que ele saiu
não mate as aves no ninho, porque os filhotinhos, vão morrer de frio
quando no mato chegou, sem piedade atirou, num ninho que ele viu
e uma ave baleada, por entre as ramadas, sem vida caiu.

Uma grande onça pintada, saltou na picada, quando o tiro ouviu
com a espingarda sem bala, ele perdeu a fala, e de medo fugiu
porém a onça selvagem, por entre as ramagens, seu rasto seguiu
compreendeu que era castigo, então arrependido de joelho caiu.

Jurou nunca mais caçar e pra Deus lhe salvar, a espingarda quebrou
e cruzando os dois pedaços, uma cruz de aço, ele improvisou
a onça estava pertinho e ele ali sozinho, de joelho esperou
fato estranho então se deu, por um milagre de Deus, da morte ele escapou.

Do alto de uma peroba, uma grande cobra, ele viu saltar
sobre a onça que passou, e os dois no chão rolou, numa luta mortal
enquanto os bichos brigava, o caçador escapava, sem pra trás olhar
a cobra que ali chegou foi Deus que ali mandou pro caçador salvar.