O BALANÇO DO CAJUEIRO
(composta em 27/01/1979)
(José Fortuna)
Coqueiro do quintal de minha casa onde nasci
Meu pedaço de lembrança que deixei
Com a minha coleguinha ao cair a tarde azul
Em seus galhos balancei
Hoje as cordas da saudade ao balanço da dor
No vazio de minha vida pendurei
Balançando no destino que a vida me entregou
Vou pra lá
E pra cá
Eu vou balançar
Eu vou balançar
Eu vou balançar tão só
Eu vou balançar
Eu vou balançar
E de mim nunguém tem dó
E por onde deve andar a coleguinha que uma vez
Balançou no cajueiro do quintal
Talvez tenha seu balanço se quebrado igual ao meu
Num veloz vendaval
Todos tem em seu passado, um cajueiro, um quintal
Um balanço que o tempo conservou
Num quintal que não tem flor, e sob um céu que não tem cor
Vou pra lá
E pra cá