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NA VENDA DO SERAFIM

xote

(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Domingo de tarde todos se reúnem na venda da estrada do Zé Serafim.
No quintal dos fundos toda a italianada no jogo de bocha só se ouve assim:
- Pierim, dá um russulão no balim, manda na prancha, que nóis faz seis ponto, chô.
Todo aquele povo passa o dia assim na venda da estrada do Zé Serafim.

Domingo de tarde todos se reúnem na venda da estrada do Zé Serafim.
Sentado em cima da lata de banha na sala dos fundos só se ouve assim:
- Truco, ladrão dos meus tentos.
- Seis, que três é pouco, porco bóia.
Todo aquele povo passa o dia assim na venda da estrada do Zé Serafim.

Domingo de tarde todos se reúnem na venda da estrada do Zé Serafim.
O Joanin Brunholi e o Mané Baiano, prá fazê negócio tão falando assim:
- Ó, seu João, tu qué meio carro de milho e uma peixeira pela tua égua baia, pode descer!
- Que nada! Eu quero um carro de milho, uma porca chiadeira e quinhentos merréis em dinheiro, tá bão?
Todo aquele povo passa o dia assim na venda da estrada do Zé Serafim.

Domingo de tarde todos se reúnem na venda da estrada do Zé Serafim.
O Zé Português, na porta da venda, conta pro Vitório, uma mentira assim:
- Raios a parta, lá em Purtugale tinha uma igreja tão grande que os noivos pra chegare no altaire demorava três dias.
- Isso não é nada, na Itália tinha uma igreja tão grande que os noivos entrava pra casá e quando chegava no altar já tinha três netos...