MOÇA CAMINHONEIRA
(composta em 07/04/1981)
(José Fortuna-Carlos Cezar – grav. Carlos Cezar e Cristiano)
Chovia muito, eu voltava de viagem
Meu caminhão num atoleiro encalhou
Quando um outro caminhão cortando barro
Veio correndo e do meu lado emparelhou
Era uma moça que estava no volante
Olhou pra mim e sorridente me falou:
Calma que eu vou tirar voce desse pedaço
E com um cabo de aço meu caminhão rebocou
Caminhoneira
Da madrugada
Dama da noite
Moça da estrada
Por todo lado voou lama nessa hora
Falou sorrindo quando fora me deixou
Vou te esperar naquele posto logo adiante
Mudou a marcha e veloz se arrancou
Fui logo atrás mas estranhei que na estrada
De seus pneus nem um só risco ela deixou
Cheguei no posto perguntei ao proprietário
Que tirando do armário uma foto me mostrou
Quando falei ao proprietário que era ela
Me respondeu: ela morreu o mês passado
Como gostava muito de caminhoneiro
Pagava assim a quem havia lhe ajudado
Compreendi que uma alma do outro mundo
É que havia do atoleiro me tirado
Caminhoneira, hoje lá na imensidão
Você roda o caminhão de estrelas carregado