MENINO DE FEIRA
(composta em 13/11/1980)
(José Fortuna – Carlos Cezar)
Menino de feira que chega cedinho
Trazendo o carrinho para trabalhar
Nos olhos traz sono da noite comprida
Que droga de vida, que vida sem lar
O estômago ronca de fome e vazio
Descalço e com frio precisa levar
Pro pai que doente espera acamado
Os poucos trocados que ele ganhar
Menino de feira
Rolando na vida
Igual a descida
Do seu rolimã
O ontem foi triste
O hoje é tão negro
E espera com medo
Seu pobre amanhã
Menino de feira que serve a madame
Verduras e inhame no carrinho traz
Em meio a fartura, morrendo de fome
Menino sem nome, de tudo é capaz
A tarde na várzea chutando uma bola
Não vai à escola, futuro não tem
Na várzea da vida aquele menino
É pelo destino chutado também