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MANHÃ
(composta em 18/01/1981)

                                                               (José Fortuna)

Me abrace natureza, me abrace
Pra sentir o frio gostoso da manhã
Para ver na cabeleira da alvorada
O orvalho umedecendo a flor irmã
Pra sentir o arrepio desse seu corpo
De campinas, rios e serras despertando
Enrolado nos lençóis verdes das matas
Na sublime sensação de estar sonhando

Manhã – Manhã
Minha noiva, a alvorada ainda demora
Manhã, Manhã
No horizonte não surgiu a luz da aurora

Hoje eu brinco com teus brincos pendurados
Nas orelhas da manhã iluminada
São estrelas cintilando no infinito
Enfeitando o rosto azul da madrugada
Fique mais, virgem manhã, junto comigo
Neste leito nupcial de azul cetim
Não desperte, diga ao sol que se demore
Porque o dia vem roubar você de mim