LAÇO DE COURO MAGRO
(José Fortuna/Carlos Cezar - grav. Duduca e Dalvan)
Boi magro e velhinho morrendo no pasto, servindo seu dono na vida e na morte
seu último lucro agora é seu couro, pois ele precisa de um laço
bem forte
quando o couro é magro o laço é mais firme, por isso o
boizinho tem que emagrecer
ficou decidido seu triste destino, de fome e de sede precisa morrer
Seu couro trançado vai servir depois,
pra no mesmo pasto laçar outros bois
Cortaram-lhe a língua pra impedir que coma e perca a gordura que estraga
seu couro
por isso não pode comer as pastagens que cobrem de verde seus campos
e morros
que triste martírio sentir a água fresca, molhando seus cascos
sem poder beber
tomara que o dono lhe mate depressa, assim deixaria de tanto sofrer
Seu dono é humano, por isso não sabe que os animais também
sentem dor
Cortaram-lhe a língua pra morrer de fome, e fazer seu couro subir de
valor
boizinho me ponho em sua defesa e grito às mais altas tribunas do céu
pra que Deus coloque com severidade os seus assassinos no banco dos réus.