JACARANDÁ
guarânia
(José Fortuna/Sulino - grav. Valderi e Mizael)
O tronco frondoso do jacarandá na estrada onde o vento faz nuvem de
pó
divide a distância, meu mundo e o dela, sozinha ela vive e eu vivo tão
só
os nossos dois nomes na hora do adeus gravamos no tronco do jacarandá
e desde esse dia não sei onde estou e aquela que amo não sei onde
está.
Meu jacarandá, meu jacarandá, meu mundo é tão triste
do lado de cá.
Será que ela está, será que ela está, por mim esperando
do lado de lá.
A doce esperança morreu para nós no verde das folhas do jacarandá
refúgio nas tardes dos raios de sol, morada do triste cantor sabiá
talvez que em seu tronco a casca cresceu, meu nome e o dela o tempo apagou
talvez que a lua cansada da noite desceu do espaço e ali cochilou.
Meu jacarandá, meu jacarandá, meu mundo é tão triste
do lado de cá.
Será que ela está, será que ela está, por mim esperando
do lado de lá.
Talvez que hajam espinhos cobrindo seu tronco, e ninhos de aves por sobre seus
nós
caindo dos galhos eu vejo o passado a se balançar em seus longos cipós
meu jacarandá de raízes profundas que busca umidade no peito do
chão,
também minha mágoa arranca umidade em forma de pranto do meu coração.
Meu jacarandá, meu jacarandá, meu mundo é tão triste
do lado de cá.
Será que ela está, será que ela está, por mim esperando
do lado de lá.
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