FORNO DE LENHA
composta em 12/07/1982
(José Fortuna)
Daquele forno de lenha, que mamãezinha acendia
O cheiro bom de pão quente, de longe a gente sentia
Com os ramos de guaxuma, mamãe acertava o ponto
Assim em poucos minutos, nosso pão ficava pronto.
Onde está forno de lenha,
em qualquer quintal perdido
atrás de alguma tapera,
desmoronado e caído.
Me lembro a fumaça branca, que de longe anunciava
Quando o pão estava pronto, e quando o natal chegava
Mamãezinha de avental, por seus filhos esperava
Seus genros, noras e netos, que de longe ali chegavam.
Hoje meu forno de lenha, é este meu peito cansado
Coração, meu pão da vida, que de amor está queimado
Cheiro levado pra longe, na fumaça do passado
Do forno restou tijolos, da mãe, o avental rasgado.