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FLORES PARA MAMÃE

querumana

(José Fortuna/Mairiporã - grav. Pardinho e Pardal)

Era dia de finados o sol brilhava na tarde
e naquele campo santo bem no alto da cidade
era grande o movimento com flores e muita gente
chegando de toda a parte pra visitar seus parentes

Das sepulturas mais ricas muitos vinham reclamar
que estavam sumindo flores, alguém as via roubar
quando passou um menino com um buquê de flores na mão
todos correram atrás dele gritando: “pega o ladrão”.
Encontraram o pobrezinho soluçando ajoelhado
cobrindo um monte de terra com flores que havia roubado
na cabeceira uma cruz num abandono total
um nome quase apagado Maria Rosa de Tal.

Perguntaram o que fazia, quase sem poder falar
“roubo flores prá mamãe porque não posso comprar
não conheci ela em vida Deus não me deu esta sorte
por isso as flores mais belas eu lhe dou depois da morte”.

Todos voltaram pensando como cabe tanto amor
num coração tão pequeno hoje coberto de dor
aos que seguiram o menino foi grande a compaixão
com as flores prá mamãe deram a ele o perdão