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FLOR DO DESPREZO

cateretê

(José Fortuna/Sulino - grav. Zé Fortuna e Pitangueira / Sulino e Marrueiro)

Aquele buquê de flores que lhe ofertei com carinho
Roubei das verdes campinas escondido dos passarinhos
você jogou com desprezo beirando aquele caminho
eu banhei todas de pranto quando ali chorei sozinho.

Não sei se foi do meu pranto ou da neblina caída
em pouco tempo a semente daquelas flores sem vida
da terra brotou viçosa e hoje é muito conhecida
aquele pé de camélia beirando a estrada florida.

Quando casar-se com outro peço que seja enfeitada
sua grinalda de noiva com as flores brancas da estrada
as mesmas flores que um dia por você foram desprezadas
e reviveu da saudade no caminho abandonadas

Não colha todas as flores que encontrar desabrochada
deixa pra mim um pouquinho das camélias perfumadas
quando eu deixar essa vida peço que seja enfeitada
a lousa fria da campa de minha eterna morada.