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FÃ DESCONHECIDA

(José Fortuna / Tião Carreiro - grav. Abel e Caim
)

De uma fã desconhecida, muitas cartas recebia
respeitei seus sentimentos, por isso não respondia.
Considerei folhas mortas, que o vendaval trazia
Do jardim de um coração, que por mim de amor morria
Bem cedo desabrochado pela minha poesia.

Talvez alguém, por maldade, uma carta escreveu
para essa pobre moça dizendo que era eu,
zombando do seu amor, a moça inocente leu.
Alguém me contou depois, quanto a moça sofreu
não suportando o desgosto, chamando por mim morreu

Você, fã desconhecida, que hoje no céu descansa
foi vítima da maldade, deste mundo de vingança
entre os anjinhos do céu, há de ver com segurança
que eu seria incapaz de matar a esperança,
muito embora não pudesse te entregar uma aliança

Você, minha grande fã, que por mim perdeu a vida,
vejo na luz das estrelas, sua imagem refletida
olhai por este cantor, que canta com voz sentida,
enviando para o céu a canção da despedida
que eu fiz para você, minha fã desconhecida...