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ENQUANTO
(composta em 27/10/1978)

(José Fortuna)

Enquanto existir um fio de esperança
Unindo a distancia que existe entre nós
Enquanto sentirmos na ausência um do outro
A triste certeza de estarmos a sós
Enquanto brilhar uma estrela perdida
Na noite sem vida do nosso viver
Enquanto lembrarmos que um dia sorrimos
Enquanto a saudade no peito doer

Devemos lutar
Com todo fervor
E tudo fazer
Em nome do amor

Enquanto da árvore morta dos campos
A última folha o vento arrancar
Enquanto uma ave cantar na floresta
E as águas do rio correrem pro mar
Enquanto não baixe a cortina final
No último ato do drama da dor
Enquanto passar uma nuvem no céu
E desabrochar no jardim uma flor

Enquanto da rosa vermelha de maio
A pétala murcha estiver por cair
Enquanto da vida morrendo no peito
O último fôlego ainda existir
Enquanto na escura mansão da saudade
Morar a esperança de reconciliar
Enquanto através da janela do tempo
Nós vermos o sol no infinito brilhar