ENCRUZILHADA DA VIDA
cateretê
( José Fortuna/ Marrueiro - grav. Sulino e Marrueiro)
Quando um dia meu peito cansado, já sem forças parar de cantar
quando minha viola sem corda, pendurada num canto ficar
nesse tempo você moreninha, soluçando talvez lembrará
dos prazeres que você outrora, deixou ir embora, sem aproveitar.
É por isso que eu digo, morena, neste mundo devemos gozar
um beijinho não tira pedaço, e um abraço não vai
machucar
pois a vida é uma simples fumaça, com o vento se apaga no ar
Quem não goza sua mocidade, vê sem piedade, a velhice chegar.
Você é como a pombinha arisca, que fugiu e se escondeu no pombal
venha ouvir minha voz na janela, venha ver como é lindo o luar
como é bela a estrada do mundo, onde nós bem podia ir passear
e juntinho a uma fonte chorosa, palavra amorosa, eu vou te falar.
Quando um dia os teus olhos, morena, vir chorando essa vida acabar
e olhando o passado distante, do que foi só nos resta lembrar
Esta é a encruzilhada da vida, onde todos devemos passar
e talvez nesse fim de caminho, nós dois bem velhinhos, vamos se encontrar