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DOIS NINHOS

tango brejeiro

(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Que bom se estes meus versos, chegassem aos seus ouvidos
para lembrar as tardes que passavas junto a mim
vendo duas rolinhas, que juntos construiam
um ninho pequenino na roseira do jardim

Igual aquelas aves eu também construía
com as vossas falsas juras dentro de meu coração
um ninho de esperança, de amor todo enfeitado
onde eu pudesse um dia festejar nossa união.

Dois ninhos com dois destinos diferentes,
dentro de um ninho estão contentes duas rolinhas a cantar
enquanto meu coração sozinho
agora é um ninho triste onde mora a solidão de meu penar.

E numa tarde triste esperei o seu encontro
você não apareceu senti que o mundo ia acabar
lá voltei muitas tardes até ver terminado
o ninho das rolinhas que nós vimos começar

Por que você, ingrata não fez como as rolinhas
juntinhas num só ninho entre o roseiral em flor
enquanto eu resido, num mundo abandonado
que é o meu coração, um ninho triste sem amor.