DESTINO CRUEL
toada
(Letra e música de José Fortuna - grav. Tonico e Tinoco)
Minha sina de violeiro, eu corri o Brasil inteiro, pra vocês quero contar
Hoje eu choro de tristeza, da mais cruel natureza, que o destino me fez passar
Abandonei os meus pais, há muito tempo atras, pro sertão me desertei
Numa festa de São João, eu vi uma linda feição,
com quem eu sempre sonhei.
Fiquei louco apaixonado, larguei a viola de um lado, com ela fui conversar
conversamos a noite inteira, bem pertinho da fogueira, contemplando seu olhar
nos meus braços ela deitava e o seu rostinho encostava, em frente ao
meu coração
Juramos que nós casava, prometi que ela eu levava pro meu rancho no sertão
Mas quando raiava a aurora, eu peguei de novo a viola pra dar o derradeiro
adeus
saudei as mulheres e os homens, mas quando contei meu nome, a cabocla estremeceu
entrou chorando p'ra dentro e mandou dali a um momento, uma carta me entregar
estava escrita por fora: -“olha moço, vai-se embora, não
posso te acompanhar”.
Fiquei triste, vim embora, chorando p'ra estrada a fora, sem saber o que aconteceu
Mas quando a carta eu abri, que as primeiras letras eu li, águas dos
olhos correu
- "Somos filhos de um só pai", eu não me esqueço
jamais, aquela triste manhã
Chorando assim fui relendo, só então fiquei sabendo, que ela era
minha irmã.