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CORTINA BRANCA
(composta em 17/06/1981)

(José Fortuna)

Cortina branca fechando a serra
Sala de espera do meu sertão
Guardando o vaso da natureza
Por sobre a mesa firme do chão
Lençol de renda da madrugada
Sai da baixada, sobe o espigão
Cobrindo campos, rios e barrancos
Seu manto branco como algodão

Na noite longa de minha sina
Você é a cortina que dá calor
Porque aquece,  como lareira
Toda a fogueira de seu amor

Dama da noite, risonha aurora
Noiva que chora ao encontrar
O sol queimando sua cortina
Sobre a campina a se desmanchar
Também abri a minha janela
Para que ela pudesse entrar
Buscando beijos em minha boca
Na ânsia louca de te abraçar