Imprimir    << voltar

 

CONVERSA VAI...

arrasta-pé

(José Fortuna – Pitangueira - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Eu fui num baile na casa do Zé Vicente
e a Rosalina nesse baile foi também
quando eu dançava com ela apagou a vela
e no escuro ficamos sem ver ninguém
aí então, conversa vai... conversa vem
nós só dançava, ó, no vai e vem,
conversa vai... conversa vem
esse pedaço eu não conto prá ninguém

Quando acenderam o lampião eu vi que tava
só eu e ela no salão e mais ninguém.
Veio o festeiro e me pegou pros colarinhos
suando frio pensava assim: vou entrá bem!
aí então: conversa vai... conversa vem
saí correndo e mais de cem, atrás de mim correu também
conversa vai... conversa vem...
esse pedaço eu não conto prá ninguém.

Noutra ocasião eu fui com a minha namorada
num piquenique da cidade muito além
lá na fazenda nós ficamos passeando
quando pensamos em voltar perdemos o trem
daí então: conversa vai... conversa vem
eu disse a ela, vai mal, meu bem.
conversa vai... conversa vem...
esse pedaço eu não conto prá ninguém

No outro dia junto com mais dois soldados
o pai da moça atrás do nosso rasto vem
levaram nós para a prisão e o delegado
disse pra mim: - Bonito, heim? Seo malandro!
daí então, conversa vai... conversa vem
veio a mãe dela, o escrivão também
nessa conversa, de vai e vem
Saí casado sem ganhar os parabéns.