CIRIEMA DO SERRADO
(composta em 12/10/1981)
(José Fortuna/Paraíso – grav. João Paulo e Daniel)
Ciriema do serrado
A pisar o chão molhado
Do orvalho que caiu
Cante para o sol surgindo
Aos botões que vão se abrindo
E pra lua que dormiu
Eu fui sol na vida dela
E o luar do amor foi ela
Mas sumiu não sei por quê
Ciriema das campinas
É igual a minha sina
O destino de você
Ciriema do serrado
Magoado é seu cantar
Por planícies e montanhas
Acompanha meu penar
Vai seguindo os boiadeiros
Por aceiros e varjões
Você é a sentinela
Na janela dos sertões
Ciriema do serrado
Minha sina é um descampado
Como os campos no verão
Ciriema do meu peito
A bater insatisfeito
É meu triste coração
Sou vaqueiro das estradas
A tocar minha boiada
De saudade e solidão
Quando ouço o seu canto
Sinto um ribeirão de pranto
Me brotar do coração