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CHIFRE DE BOI
(composta em 19/12/1981)

(José Fortuna)

O boi gigante, filho do serrado
Nunca deixou ser preso pelo laço
Sangue selvagem, ele enfrentou a todos
Que ousaram um dia lhe seguir os passos
Ele foi sempre o Rei da mata virgem
E do sertão  a se perder de vista
Para enganar os que lhe perseguiam
Onde passava não deixava pista

Quando uma onça, dona da floresta
Veio atacar o gado da manada
O boi gigante com seu chifre agudo
Atravessou o peito da pintada
Os dois rolaram ribanceira abaixo
Em suas garras a onça lhe prendeu
O boi gigante ao defender o gado
Matou a onça mas também morreu

O fazendeiro aproveitou o chifre
E um berrante ele é agora
Chamando os bois que fogem da boiada
Como o gigante foi chamado outrora
Como em vida ele foi tão valente
O seu repique hoje é respeitado
Até parece o grito do gigante
Pelos caminhos a chamar o gado