CAMA VERDE
(José Fortuna/Paraíso - grav. Jorge Luiz e Fernando – Berenice
Azambuja)
Eu só queria pousar meus olhos na cama verde do meu sertão
fazer das matas meu travesseiro; da lua cheia, meu lampião;
do céu azul, meu cobertor; da brisa mansa, minha rede;
sobre a folhagem da natureza, adormecer numa cama verde.
A cama verde é o meu sertão, sertão que cheira cheiro
de chão
A cama verde é o meu sertão, sertão que cheira cheiro de
chão
Eu só queria deitar meu sonho na mão da noite me entregar
dormir na sombra de seus rochedos e no seu colo me espreguiçar
Manhã mulher, tão desejada, vem depressa me buscar
risonha aurora manda de longe a estrela d’alva me despertar
Eu só queria pedir ao vento, os meus cabelos acariciar
e os longos braços de seus caminhos, todo meu corpo entrelaçar
fazer de estrelas um acolchoado, e de flores meu lençol
na cama verde ser visitado, pelos primeiros raios de sol.
A cama verde é o meu sertão, sertão que cheira cheiro
de chão
A cama verde é o meu sertão, sertão que cheira cheiro de
chão.