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CABRA MACHO

cateretê

(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Aquele lavrador na manhã do mês de julho, ao abrir a janela deparou com o cafezal
queimado com a geada, viu sua luta de três anos, ser reduzida a nada pela sorte tão fatal
mas como a fé não morre e todo lavrador é um forte, que não tomba vencido e sem jamais desanimar
recomeçou de novo a tratar da terra-mãe, sabendo que das cinzas novos frutos iam brotar.

E como lá na terra a raiz estava verde, como a verde esperança tem raiz no coração
tratou de cultivá-la e o café brotou de novo, cobrindo de verdura o vazio daquele chão
que sirva de exemplo a coragem desse homem, tão forte como o tronco do maior jequitibá
venceu dura batalha e hoje é com justo orgulho, o maior fazendeiro do Estado do Paraná.

Com muito amor em Deus daquele pó brotou a vida, e flores se abriram onde havia solidão,
e hoje ao contemplar o cafezal cobrindo os montes, sorrindo ele vê que a sua fé não foi em vão
caboclo de tutano não se curva ante o destino, e luta com bravura sem jamais ficar por baixo o
sempre de fronte erguida sem temer contrariedades, porque somente a morte faz dobrar um cabra macho.