BARRANCO
(José Fortuna/Carlos Cezar)
Barranco, chão corroído beirando o terreiro fundo
Perdido dentro do mundo há muito tempo não vejo
Violeiros em noites claras, fazendo dele seu banco
Sentados sobre o barranco, o sofá do sertanejo
Barranco, meu banco onde sentei-me uma vez
Barranco, meu banco igual a mim se desfez
Barranco do meu terreiro de capim verde se veste
Também de flores agrestes que desabrocham à tarde
Só eu não tenho no peito este verdor da esperança
Hoje a tristeza descansa no barranco da saudade
Igual aquele barranco onde passei bons momentos
Junto ao terreiro do tempo, sou o barranco da vida
Em mim repousam lembranças e o peso de muitos anos
Cansaço e desenganos das longas horas vividas.