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A JUSTIÇA DE UM FILHO

tango

(Léo Canhoto - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Abandonando a esposa e um filhinho, um certo homem saiu pelo mundo além
deixou em pranto a sua pobre família, desamparada neste mundo sem ninguém
a pobre esposa sofria desesperada, com o filhinho que tinha pra sustentar
qual uma ave solitária no deserto, que não encontra nem um ramo pra pousar.

E com o fruto e o suor de seu trabalho, a pobre esposa pôs o filho a estudar
ele formou-se para Juiz de Direito, agora então sua missão era julgar
enquanto isso o seu pai por este mundo, perambulava pra cumprir o seu destino
um certo dia pra roubar ele matou tornou-se assim o mais cruel dos assassinos.

Por esse crime o velho foi aprisionado e foi marcado o dia do julgamento
no tribunal o pobre de cabeça baixa, ficou chorando esperando o momento
e o seu filho que agora era o Juiz, tinha um dilema dentro do seu coração
foi obrigado pela lei fazer justiça, mandando assim seu próprio pai para a prisão.

Dada a sentença todo o povo foi saindo, mas o juiz permaneceu neste salão
e olhando triste para o rosto de seu pai ajoelhado aos seus pés pediu perdão
o pobre velho soluçando respondeu, filho querido eu lhe dou minha bênção
fizeste bem em condenar-me pelo crime, sejas honesto não pratiques traição.