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A CRUZ DE CINZA

cateretê

(José Fortuna/Pitangueira - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Nos bailes carnavalescos três dias Geni dançou
só percebeu a desgraça quando o carnaval findou
seu noivo tinha fugido e abandonada ficou
como a flor que a tempestade sem piedade desfolhou.

      Na Quarta-feira de cinza pensando o destino seu
      foi na igrejinha da vila buscar consolo com Deus
      receber a santa cinza e perdão pro erro seu
      pra poder levar a cruz que na vida Deus lhe deu.

Na volta da capelinha quis se jogar lá no rio
mas quando no espelho d’água o seu rosto refletiu
a cruz de cinza sagrada em seu lindo rosto viu
neste momento a esperança em seu coração surgiu.

      Lembrou que o vigário disse que devemos perdoar
      que nós viemos da cinza e em cinza vamos voltar
      ela fez um juramento nunca mais ninguém amar
      ia só viver pra Deus até sua vida terminar.

Hoje ela está no convento qual uma pomba do amor
quem vê ela não imagina o seu passado de dor
que foi uma cruz de cinza em seu rosto sofredor
surgindo no espelho d’água que a sua vida salvou.