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A CRUZ DA SALVAÇÃO

cateretê

(José Fortuna – Pitangueira - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

Marlene era tão devota na cidade onde nasceu
rezar e cuidar da igreja era o maior gosto seu
chegou a largar o noivo porque era um moço ateu
com o coração magoado, preferiu deixar o amado
mas não se apartar de Deus.

      Naquela noite de março Sexta-Feira da Paixão
      ela ia ser Verônica prá cantar na procissão
      o moço jurou vingança e com um revólver na mão
      foi matar sua bem amada que tinha lhe abandonado
      por causa da religião.

Coberta de um manto preto Marlene triste cantou
e o retrato de Jesus para a procissão mostrou
naquela hora sagrada o revólver ele apontou
por um milagre divino o seu revólver assassino
numa cruz se transformou.

      Arrependido e chorando acompanhou a procissão
      quando Marlene viu ele com aquela cruz na mão
      fizeram as pazes e casaram na mais feliz união
      o amor salvou suas vidas e as almas foram unidas
      pela cruz da salvação.